Uma aprendizagem
Natalia Ginzburg Entre as leituras de José Saramago (a quem revisito) e Clarice Lispector (leitura constante), terminei há pouco As pequenas virtudes . Recomendado por um amigo, de quem sou leitora atenta, trata-se de um livro de ensaios de Natalia Ginzburg, escritos entre as décadas de 1940 e 1960. Os onze ensaios se dividem em duas partes, e o fato de se apresentarem numa ordem que não é cronológica ajuda a equilibrar a luz e a sombra. Mas todos eles, os textos, têm algo de luminoso para nos oferecer. Há uma forma delicada na escrita de Natalia Ginzburg. Mesmo que o tema se mostre de modo direto, como um soco, o que pode parecer contraditório, não é algo que fere. Nas linhas muito firmes de sua memória, um tempo triste, como no caso de “Inverno em Abruzzo”, cujo tema é o exílio (palavra que ressoa no livro, e só quem vive e viveu tal condição é capaz de empregar o termo precisamente), não se conclui com alegria, mas com uma constatação que não fui capaz de refutar, que consi